18 de mai. de 2013

Respeitosamente, ao meu pai

Você não dá valor
Você não sabe o que é amor
Você cheirou uma flor
Nunca gostou da cor

E ainda quer dizer o que é respeito

Você nunca levou ao parque
Sem arrastar malas à fila de embarque
Você nunca torceu pelo craque
Exceto quando explicaria o piripaque
Nunca deu um Chico Buarque
Nem falou sobre Joana D'Arc

E ainda quer ter respeito

Você não assinou o diário
Mas leu como se fosse o destinatário
Você sempre foi o maior otário

E ainda exige respeito

Tudo é movido a dinheiro
O verniz não cobre seu rosto inteiro
Engraçado você não sentir o seu próprio cheiro

Você não merece o menor respeito.
DAN.

"- É assim que você fala do seu pai, é?
 - E desde quando eufemismo é crime?"